A história por trás de Hotel Califórnia

Muito mais do que uma simples letra de música, Hotel Califórnia é uma viagem ao interior de cada integrante de Eagles.

Por incrível que possa parecer, apesar de gostar muito de sertanejo, pagode e outros estilos nacionais, uma das minhas canções preferidas desde muito jovem é Hotel Califórnia da Banda Eagles. Sempre gostei da melodia e antes mesmo de saber o que significava a letra, já saia por aí cantarolando os seus versos.

Existem diversas interpretações para o significado da letra misteriosa que tornou-se mítica. Algumas são difíceis de acreditar, como por exemplo, como a que alardeia relações com seitas demoníacas e forças ocultas. Outras, um pouco mais plausíveis, mas ainda inconsistentes, trazem que a música diria respeito a um local da Califórnia ligado à recuperação de drogados e perturbados mentais.

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Dentro do que parece a interpretação mais racional, a letra de “Hotel California” trata dos excessos e tentações ao alcance de uma banda de rock experimentando o sucesso, como o Eagles da primeira metade dos anos 70. A fundamentação para essa linha de pensamento vem especialmente das entrevistas dos membros da banda desde 1976.

O conteúdo da música provavelmente seja uma autobiografia do estilo de vida deles. Basicamente a letra trata de materialismo e excesso. Dentro dessa visão, o “Hotel California” não seria um lugar, mas o universo de armadilhas e perdições para o fictício viajante, personagem principal da música. Uma vez dentro desse universo, a letra evidencia a dificuldade do “hóspede” para ir embora. “Você pode pedir a conta quando quiser, mas jamais poderá sair…”, salienta o último verso.

Don Henley, o compositor, afirmou em entrevista que “a canção é uma alegoria sobre o hedonismo e autodestruição na indústria da música no sul da Califórnia durante a década de 1970. É basicamente uma canção sobre o lado sombrio do sonho americano e sobre o excesso na América, algo que a gente sabia muito a respeito”. Glenn Frey, um dos guitarristas da banda, também afirmou que Hotel California “explora as vísceras do sucesso, o lado escuro do Paraíso, como estávamos vivendo em Los Angeles na época”.

Ao longo de toda a canção está clara a inquietação deles sobre o preço a pagar pela facilidade de alcançar algumas coisas. Fica evidente o conflito entre o aspecto convidativo das tentações e o caminho sem volta ao qual elas acabam direcionando. A letra fala em banquetes, mulheres, flores, fartura, mas tudo isso andando junto ao questionamento do narrador sobre aquilo tudo ser o paraíso ou o inferno.

Parece sintomático o desconforto do compositor com a “prisão”, no caso o “Hotel California”, onde as celebridades são encarceradas ao alcançar o topo, em relação a drogas, álcool, mulheres ou ao próprio show business. Talvez tenha sido um momento de reflexão da banda sobre o alto custo, para eles, do lado dourado da fama e do sucesso.

A música, que tem nos vocais o baterista Don Henley, ganhou um Grammy de melhor canção do ano, em 1977. Mesmo vindo de um enraizamento country/folk, a banda conseguiu desenvolver em “Hotel California” um rock de primeira qualidade, com evidentes genes da corrente progressiva que dominou os anos 70. A guitarra marcante em riffs e solos by Don Felder e Joe Walsh e o final entusiasmante são duas indeléveis características para transformá-la em um clássico.

Ao longo dos anos, grandes nomes da música mundial regravaram “Hotel California”, em versões bastante distintas. Destaques para Gipsy Kings e The Killers. Entretanto, a variante mais polêmica e bem sucedida da música foi gravada pelo próprio Eagles em 1994, em formato acústico.

Veja o vídeo original:

On a dark desert highway, cool wind in my hair
Warm smell of colitas, rising up through the air
Up ahead in the distance, I saw a shimmering light
My head grew heavy and my sight grew dim
I had to stop for the night
There she stood in the doorway;
I heard the mission bell
And I was thinking to myself,
‘This could be Heaven or this could be Hell’
Then she lit up a candle and she showed me the way
There were voices down the corridor,
I thought I heard them say…Welcome to the Hotel California
Such a lovely place
Such a lovely face
Plenty of room at the Hotel California
Any time of year, you can find us hereHer mind is Tiffany-twisted,
She got the Mercedes-Benz
She got a lot of pretty, pretty boys,
That she calls friends
How they dance in the courtyard, sweet summer sweat.
Some dance to remember, some dance to forgetSo I called up the Captain,
‘Please bring me my wine’
He said, ‘We haven’t had that spirit here since nineteen sixty nine’
And still those voices are calling from far away,
Wake you up in the middle of the night
Just to hear them say…

Welcome to the Hotel California
Such a lovely place
Such a lovely face
They livin’ it up at the Hotel California
What a nice surprise, bring your alibis

Mirrors on the ceiling, the pink champagne on ice
And she said ‘We are all just prisoners here,
of our own device’
And in the master’s chambers,
They gathered for the feast
The stab it with their steely knives,
But they just can’t kill the beast

Last thing I remember, I was
Running for the door
I had to find the passage back
To the place I was before
‘Relax,’ said the night man,
We are programmed to receive.
You can checkout any time you like,
but you can never leave!

Tradução

Numa auto-estrada escura e deserta, vento fresco no meu cabelo

Odor cálido de ervas, elevando-se através do ar

Adiante na distância, eu vi uma luz trêmula

Minha cabeça ficou pesada e minha visão ficou turva

Eu tinha de parar por causa da noite

Lá estava ela na entrada da porta

Eu ouvi o sino da recepção

e estava pensando comigo mesmo

“Este poderia ser o Paraíso ou este poderia ser o Inferno”

Então ela acendeu uma vela e me mostrou o caminho

Havia vozes adiante no corredor

Eu achei que ouvi-as dizerem

Bem-vindo ao Hotel Califórnia

Um lugar tão encantador

Um rosto tão encantador

Muitos quartos no Hotel Califórnia

Qualquer época do ano, você pode nos encontrar aqui

Sua mente está deturpada pela Tiffany

ela tem as curvas da Mercedes-Benz

Ela tem uma porção de lindos, lindos rapazes

que ela chama de amigos

Como eles dançam no pátio, doce suor de verão

Alguns dançam para lembrar, alguns dançam para esquecer

Então eu chamei o Capitão

“Por favor, traga-me meu vinho”. Ele disse

“Nós não temos essa disposição aqui desde 1969”

E ainda aquelas vozes estão chamando da distância

Te acordam no meio da noite

Apenas para ouví-las dizerem

Bem-vindo ao Hotel Califórnia

Um lugar tão encantador

Um rosto tão encantador

Eles estão desfrutando a vida no Hotel Califórnia

Que surpresa agradável, tragam seus álibis

Espelhos no teto, a champagne rosa no gelo

E ela disse: “Nós todos somos apenas prisioneiros aqui

Do nosso próprio ardil”

E nas salas dos chefes

Eles reuniam-se para o banquete

Eles apunhalam com suas facas de aço

Mas simplesmente não conseguem matar a fera

A última coisa que me lembro, eu estava

Fugindo para a porta

Eu tinha de encontrar a passagem de volta

Ao lugar onde estava antes

“Relaxe”, disse o homem da noite

“Nós estamos programados para hospedar

Você pode desocupar o quarto a qualquer hora que desejar

Mas você nunca pode ir embora! “

Fonte:http://whiplash.net/materias/curiosidades/106092-eagles.html
Agradecimentos: Ao meu pai José Grimário, que me deu a ideia desse texto.

Publicado por Fernanda Barbosa

Jornalista, assessora de imprensa. Apaixonada pela vida!!!

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