Oi pessoal, tudo bem?
Hoje vamos falar de um evento que aconteceu na última terça-feira, São Paulo recebeu o lançamento do Livro e Documentário “Sergio Vieira de Mello, O Legado de um Herói Brasileiro”, antecipando as homenagens aos 15 anos da morte do diplomata. O projeto conduzido pela ZAZ Produções levou cinco anos para ser concluído.
A obra, escrita pelo jornalista pernambucano Wagner Sarmento, tem o prefácio escrito por José Ramos-Horta, Nobel da Paz. “Houve um trabalho muito grande de estudo porque precisávamos não só conhecer a trajetória do Sergio, como entender a história do mundo. Foram 34 anos de trabalho nas Nações Unidas, nos quais Sergio esteve envolvido nos principais conflitos do mundo na segunda metade do século passado. Nosso país está muito carente de referências e entendendo um pouco da história do Sergio vimos que o Brasil precisava saber mais sobre esse brasileiro”, conta Sarmento.
Com uma narrativa realista e próxima do leitor, a obra representa um novo ponto de partida para a reflexão sobre a vida do diplomata brasileiro morto em 19 de agosto de 2003, em um atentado em Bagdá.
Sergio era um defensor ávido dos direitos dos refugiados. Segundo o Diretor Geral do Projeto, André Zavarize, este assunto é atual, visto que em 2018 mais de 67 milhões de pessoas estão sendo forçadas a se deslocar em todo o planeta.
“Hoje existem muitos debates sobre a situação dos refugiados no mundo, e em todas elas, a figura do Sergio se faz presente. Mais de um milhão de refugiados foram beneficiados por políticas lideradas por ele. Este mês completam quinze anos do atentado terrorista que o matou, e o que podemos notar é que Sergio continua vivo. Suas ações ainda ecoam em diversos países servindo de inspiração para muitas ações que vem sendo realizadas”, pontua Zavarize.
Pouco mais de três anos foram dedicados à pesquisa para o projeto, que teve dois anos de gravações e contou com entrevistas de dois prêmios Nobel da Paz, inúmeras personalidades e diversos chefes de Estado. Sergio passou por mais de 15 países, mas tanto o livro quanto o documentário focaram em três lugares muito simbólicos dentro da trajetória dele: Timor Leste, Camboja e Vietnã.
O diplomata brasileiro foi representante máximo das Nações Unidas no Iraque e era visto como o futuro Secretário Geral da ONU. Além da grande habilidade em negociações e paixão pelo trabalho em campo, ele virou referência no que diz respeito aos direitos humanos devido a sua atuação na constituição de garantias democráticas do Timor Leste – o país mais novo do mundo. Até hoje, o país é um dos cases de maior sucesso da Organização das Nações Unidas (ONU). No Timor, Sergio encontrou o país com 90% da infraestrutura destruída e entregou um país pronto para receber a independência. Atualmente o país apresenta o maior índice de democracia do sudeste asiático.
No Camboja, Sergio negociou no meio da selva com o Khmer Vermelho, que matou pelo menos um milhão de pessoas. A guerra entre facções criou uma multidão de refugiados, e o trabalho de Sergio permitiu que quase 400 mil cambojanos voltassem para suas casas.
“É uma obra de brasileiros feita para brasileiros. Muitas pessoas nos questionaram dizendo que a situação dos refugiados não está presente no Brasil, mas São Paulo recebe refugiados de todo o mundo. Como é distante? Queremos sensibilizar as pessoas para essa situação, e o Sergio é a maior referência que temos do assunto. O brasileiro precisa conhecer um pouco mais sobre esse herói”, pontua Zavarize.
O lançamento ocorreu no Museu da Imagem e do Som (MIS), onde o público teve oportunidade de assistir a uma avant-première do documentário, que em breve estará nos festivais de cinema e também foi produzido e dirigido por Zavarize.
“A gente assumiu o lado do documentário de guerrilha. Escolhemos o foco, fomos para campo e colhemos as entrevistas. Tivemos ajudas pontuais de pessoas fantásticas…. Somos poucos, mas somos bons. Nosso projeto é só uma ponta do legado deixado. O trabalho com os refugiados é muito maior”, conclui o diretor do projeto.
