Saúde mental em pessoas com Deficiência Intelectual em tempos de coronavíru

Por Dra Maria Fernanda Gomes Martins – Psiquiatra e Conselheira da Fundação Dona Paulina de Souza Queiroz

Indivíduos com Deficiência Intelectual (DI) apresentam um risco aumentado de contrair a COVID-19 por conta de algumas síndromes relacionadas, como alterações de imunidade, cardiológicas, pulmonares e, em alguns casos, dificuldade de manter os cuidados de higiene adequados. Além disso, neste momento de pandemia, pessoas com DI apresentam risco de alteração ou piora de quadros emocionais como depressão, ansiedade, reações agudas ao estresse e transtorno de ajustamento. Isto se deve à insegurança causada pelas mudanças de rotina, pelo isolamento, pela dificuldade de entendimento da situação e, também, ao CONTÁGIO EMOCIONAL. Hoje vamos falar sobre o contágio emocional.

“Tudo começa ao observar um sorriso, uma expressão de raiva ou medo, ou algumas lágrimas…”

Contágio emocional é um processo primitivo e inconsciente que ocorre quando neurônios espelho se ativam, colocando em funcionamento os mesmos circuitos cerebrais que estão ativados na pessoa que observamos, e então passamos a sentir a emoção do outro como nossa própria.

A ciência já comprovou que a tristeza e a depressão alteram o nosso sistema imunológico. Então, para combater esse contágio emocional negativo e promover uma postura ativa durante esse período de incertezas, na tentativa de ajudar principalmente os mais vulneráveis, coloco aqui algumas das diretrizes baseadas nas recomendações da Ireland National Association for People with Intellectual Disability (Associação Nacional da Irlanda para Pessoas com Deficiência Intelectual) para este momento de pandemia.

Você, seus familiares e amigos, todos podem praticar!

– Primeiro aprenda, ensine e pratique as técnicas de cuidado para evitar a contaminação. Ter atenção à higiene, lavar as mãos, cumprimentar com o cotovelo e acenos, e manter distanciamento físico de estranhos. SORRIA e DÊ RISADAS enquanto estiver fazendo isso. O sorriso e as risadas são uma grande forma de mudar seus sentimentos e dos outros ao seu redor (contágio emocional positivo).

– Evite assistir noticiários e entrar em contato com as notícias ruins, procure por notícias boas e outros programas que você goste e te façam feliz. Compartilhe suas preocupações e sentimentos com a família e amigos e em seguida procure assuntos positivos para conversar. Se você não pode encontrar parentes e amigos, fale com eles por telefone ou vídeo, sempre sorrindo.

– Algumas vezes você pode mudar seus sentimentos fazendo três respirações profundas seguidas de uma risada.

– Ouvir música, cantar e dançar são boas maneiras de se sentir melhor.

– Fazer exercícios físicos em casa ou sair pra caminhar sempre que possível, praticando sempre buscar uma coisa ou uma imagem boa que te faça feliz.

– Fazer coisas boas para outras pessoas ajuda a mudar seus sentimentos. Tente fazer uma coisa boa para alguém a cada dia. Pode ser simples como um sorriso, um aceno ou uma ajuda com alguma tarefa da casa.

– Tente aprender uma coisa nova todos os dias, pode ser simples como comer uma coisa diferente, pintar, ouvir uma música inédita ou achar uma figura ou foto que você goste a cada dia.

E lembre-se: SORRIA! Você pode contagiar os outros com alegria e esperança, mesmo neste momento!

Sobre a Fundação Dona Paulina de Souza Queiroz

A Fundação Dona Paulina de Souza Queiroz oferece atividades a pessoas com deficiência intelectual em fase de envelhecimento – que começa precocemente –  a partir dos 20 anos.

No espaço, atividades como trabalho, estimulação cognitiva, lazer, esporte e cultura serão utilizadas como ferramenta de desenvolvimento pessoal, intelectual e humano das pessoas com DI. Colaborando, assim, para que elas tenham cada vez mais qualidade de vida no futuro.

A entidade foi oficialmente inaugurada em 19 de julho de 1939, atendendo 20 crianças com algum tipo de deficiência intelectual por benemérito de Dona Paulina de Souza Queiroz. Ao morrer, ela determinou em testamento que sua fazenda na região atual dos Jardins, fosse transformada em uma instituição para pessoas com deficiência intelectual, chamados à época de débeis mentais.

Após desapropriação do local para modernização da cidade, a Fundação passou por alguns locais e ficou até mesmo inativa. Mas logo mais, ela voltará a funcionar no imóvel pertencente à Fundação localizado no bairro do Brooklin.

O local atenderá até 140 pessoas com deficiência intelectual e TEA (Transtorno do Espectro Autista), que estão entrando em processo de envelhecimento.

Contato
Telefone/WhatsApp: 11-99103-2148
E-mail: fdpsq@fdpdq.org.br
Redes Sociais: Facebook | Instagram  

Fonte: Priscila Della Bella – Jornalista

Publicado por Fernanda Barbosa

Jornalista, assessora de imprensa. Apaixonada pela vida!!!

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