A vida nos empurra para a evolução de uma forma ou de outra
Tudo tão rápido e tão confuso, ao mesmo tempo que claro e realista. Até mesmo essa frase é contraditória e tenho percebido que além da vida parecer ser assim, eu sou assim. Sempre mudando de ideia, sempre recalculando rotas internas e tentando fazer o que faz sentido apenas para mim. O que está sendo mais mágico é perceber que pouquíssimas pessoas se importam e isso deixou de ser um problema e passou a ser, simplesmente, libertador. Se ninguém liga para você ou o que faz (o que é um fato), quais são os motivos das preocupações? Essa liberdade de fazer o que se quer, não tem preço. Alia´s, talvez o preço seja ficar um pouco sozinho, mas se as pessoas trazem sentimentos ruins, não vale a pena pagar?
Em menos de 30 dias eu vivi um processo bem doloroso, mas rapidamente “fui obrigada” a aprender o que é RESSIGNIFICAR. Com um luto de uma pessoa tão querida, que se foi próximo as festas de final de ano, parece que um buraco se abriu no meu peito e mesmo já ter passado por perdas de familiares antes, essa foi muito reflexiva. Não apenas uma perda, foram outras situações e um clima realmente pavoroso em tudo. Eu lutei bravamente contra os dias cinzas, contra a falta de graça, foquei mais que tudo no trabalho e acima de tudo, me apeguei na certeza que tudo passa e que Deus faz tudo como tem que ser. Sei que fases ruins e boas passam, apesar de ser, obviamente, difícil e chato demais sofrer.
Ressignificar os dias 24 e 25 de dezembro, está indo muito além do que não reunir a família, brincar de amigo secreto ou bingo. Significa refazer pensamentos e notar os valores e como cada pessoa age. Tudo mudou mesmo e provavelmente nunca voltará a ser como foi, mas isso não precisa ser ruim. Eu aproveitei muitos e muitos anos de casa cheia, confusões, risadas. Que bom que aproveitei ao máximo, do meu jeito, porque muitas vezes eu nem estava tão afim, mas estive presente e fiquei ao lado da minha vó, da minha mãe e isso foi incrível.
Hoje, dia 24 de dezembro, fiz o exercício de pensar nas coisas boas, como minha mãe me fala todos os dias: “foca no que tem de bom…”. Eu estou viva, com saúde, com um emprego que gosto, não tem casa cheia, mas apreciei o MARAVILHOSO silêncio o dia inteiro, não tive que correr em lojas para ajudar quem nunca deu valor, as pessoas mais importantes para mim, estão vivas e estão bem. Passei decepção hoje? Sim, mas se afundar em tristeza não é opção e nunca leva ninguém para lugar nenhum.
Eu estou aprendendo a olhar o lado bom, sem positividade tóxica. Não é o dia mais feliz da minha vida, mas amanhã ou ano que vem, pode ser. Gosto também de pensar que nada é tão ruim que não possa piorar…e tudo bem. Se piorar, existirá uma forma de lutar e passar por isso, e eu sempre estou pronta para começar outra e outra vez.
Sempre foi difícil lidar com mudanças, mas com tantas nos últimos anos, se aprende. Esse texto é apenas um desabafo e um agradecimento a Deus, por tantas coisas boas em meio ao caos. Pela oportunidade de aprender e quem sabe, evoluir um pouco com as situações adversas. Mesmo que as datas comemorativas não sejam nunca mais iguais, o verdadeiro propósito do Natal nunca irá mudar.
Ressiginificar os pensamentos, a vida e as atitudes.
Que isso possa ser transpassado com sorriso no rosto….
